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Futebol – a luta no feminino

Futebol – a luta no feminino

2019-06-14

Está a decorrer até ao dia 7 de julho o Women’s World Cup France 2019. Praticamente todas as grandes jogadoras estão em França com as respetivas seleções.

Praticamente. Há uma ausência de peso, que é o elefante na sala deste Mundial e mais concretamente da seleção norueguesa, que dá pelo nome de Ada Hegerberg.

A futebolista, de 23 anos, encetou uma luta com a federação do seu país, há mais de dois anos, pela igualdade no futebol. O que pode ter parecido uma birra, que os responsáveis imaginariam que acabasse com o aproximar desta competição, foi sendo sustentado à medida que Ada ia ganhando títulos no seu clube, o Olympique Lyonnais, culminando com a atribuição da Bola de Ouro na sua primeira edição feminina.

À semelhança dos irredutíveis gauleses, de Uderzo e Goscinny, que resistem à invasão romana, Ada Hegerberg segue convicta na sua cruzada por condições iguais para os futebolistas homens e mulheres na Noruega. Isso é revelador de um caráter e determinação muito fortes, e que espantam ainda mais por ser numa jogadora tão jovem. Já com o Mundial a decorrer, afirmou que “sente saudades de jogar pelo seu país, mas não pela sua federação”.

De uma forma mais tímida, mas também a querer marcar a sua posição, a brasileira Marta Silva, após ter marcado o seu primeiro golo nesta prova, apontou para a bota direita onde sobressaía um símbolo azul e rosa que representa a campanha #goequal, pela equidade no futebol.

À medida que o futebol feminino ganha visibilidade e conquista terreno no campo das transmissões, dos patrocínios, do público, torna-se cada vez mais incómoda a questão da desigualdade de oportunidades.

E se nem todas as jogadoras conseguem impor-se da forma como Ada Hegerberg o faz, não significa que aceitem essa condição desigual.

Essa será uma luta que não vai parar, que fará muito barulho e que mais cedo ou mais tarde acabará por ter o devido resultado.

O futebol como o temos tido, maioritariamente masculino, está a esgotar-se nas suas intrigas, nas simulações, num enredo que todas já conhecem e que só poucos ainda acreditam. E quando as grandes marcas não dispensarem a figura da jogadora, por ser um símbolo de luta, de talento, de superação, estará o futebol feminino lançado para ser gigante.

Texto: Anabela Brito Mendes.

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